Um bom francês
Foi no dia 14 de março de 1843 que nasceu João Leão Dehon, filho de Júlio Alexandre Dehon e Estefânia Adele Vandelet. A família Dehon era de notável respeito entre os cidadãos da pequena localidade de La Capelle, na França. Sua mãe, devotíssima do Coração de Jesus, inspirou o pequenino Dehon desde cedo a cultivar a piedade e amor à Santa Igreja. Fora batizado no dia 24 de março de 1843, às vésperas da Festa da Anunciação.
Estudou no Colégio de Hazebrouck, onde cultivou as virtudes, buscando o crescimento moral e intelectual. Na noite de Natal de 1856, o Senhor Jesus evoca no coração do jovem Dehon o desejo pela vida sacerdotal, aspiração essa que não teve o apoio de seu pai, que almejava para seu filho uma vida bem sucedida aos olhos do mundo.
Um bom filho
Em 1859, terminando seus estudos com êxito, expõe novamente sua aspiração à vida sacerdotal ao seu pai, que insistia em não permitir seu filho seguir esse percurso. Para persuadi-lo, mandou Leão Dehon estudar o curso de direito em Paris. Obediente ao seu pai, obtém o doutorado em direito no ano de 1864, sem jamais deixar esfriar em seu coração o ardente chamado de Jesus à vida clerical.
Realizou neste tempo muitíssimas viagens com um grande amigo chamado Leão Palustre. Explorando os diversos lugares do mundo, discernia cada vez melhor sua vocação. Ao passar pela Terra Santa, confirmou o chamado do Senhor: "Vem e segue-me! Também te farei pescador de homens!". Assim, após obedecer seu pai, buscou submeter-se ao seu Senhor, passando a residir em Roma, no Colégio Santa Clara, para os estudos seminarísticos.
Um bom sacerdote
No dia 19 de dezembro de 1868, Leão Dehon foi ordenado sacerdote na Basílica de São João de Latrão. Em seu apostolado, exerceu diversas obras que favoreciam a vida dos operários e a instrução dos fiéis, valendo destacar o Patronato São José e o Colégio São João. Dehon era um homem muito atuante na vida social e política, divulgando a Doutrina Social da Igreja para patrões e operários, ensinando a verdadeira doutrina cristã aos cultos e incultos e instaurando o Reino do Coração de Jesus nas almas e na sociedade.
Inspirado pelo Espírito Santo, ardia em seu coração a necessidade de uma congregação religiosa de homens que fossem oblatos e servissem sem reservas ao Reino do Coração e Jesus. Após longo discernimento, fundou no dia 28 de junho de 1878 a Congregação dos Sacerdotes do Sagrado Coração de Jesus, dia este em que Dehon fez a primeira profissão dos votos de Castidade, Pobreza e Obediência, tomando para si o nome religioso de João do Coração de Jesus.
Um bom religioso
O início desta obra teve muitos impasses que causavam em Dehon profundas dores, mas também a enorme satisfação de realizar a vontade de Deus: consummatum est! Apesar do início dramático, a Congregação fora muito promissora para a Igreja desde seus primórdios, disseminando-se rapidamente pela Europa e acolhendo com entusiasmo os diversos campos missionários mundo afora.
No esmaecer de sua vida, João Leão Dehon residia em Bruxelas, na Bélgica. Na decorrência da I Guerra Mundial, já em idade avançada, escreve seu Testamento Espiritual, onde presenteia todos os seus religiosos com "o mais maravilhoso de todos os tesouros: o Coração de Jesus". Faleceu no dia 12 de agosto de 1925 aos 82 anos de idade, deixando para o mundo um enorme patrimônio de obras sociais e espirituais, além do testemunho de sua própria vida como vítima do Coração de Jesus: "Por Ele vivi, por Ele morro!"
Em 1997 o Papa João Paulo II declarou a venerabilidade de Padre Dehon.
"Faço voto de dar a todas as minhas ações a intenção do puro amor a Jesus e ao seu Sagrado Coração" (Padre Dehon)
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Fonte: https://www.scj.org.br/fundador
